Adivinhei-te
através da verdura azul,
colhendo as flores
que iam abrir na próxima primavera.
Eu era o andarilho sem cansaço,
os bolsos cheios de tesoiros desprezados:
os seixos
que as águas modelaram durante milhões de anos,
as asas
que as borboletas entregaram aos ventos,
as sementes
que entram pelas janelas dos comboios e querem
dialogar connosco…
(Um raio de sol
acariciava a tua face
através da verdura azul!...)
Saúl Dias