18.6.10

Uma canção de primavera


Nesta flor sem fruto que aspiramos
Eu vejo coisas que ninguém descobre:
Vejo a raiz, o caule, os ramos,
Vejo até o sulfato de cobre.

E vejo coisas que ninguém mais vê:
Vejo a flor a desenhar-se em fruto
E quer ela o dê ou o não dê
É esse o fim por que luto.

in Permanência

Antero Abreu
Angola