e tu, que não calculas o tormento
que sofre quem assim te vê fugir,
começas lá de longe então a rir
em quanto preza sou do desalento…
e eu, que dava a vida n’um momento
por só um beijo teu poder fruir,
quizera a tua imagem ver sumir
p’ra sempre no voraz esquecimento…
mas quando tu me vez desanimado,
o meu olhar sem luz embaciado,
com o peito arquejante e preza a falla;
vens assentar-te logo ao pé de mim,
e um beijo, um beijo teu me dás por fim
dizendo com meiguice: - Uatoála…
Eduardo Neves
Angola
Angola