amor,
as luas mortas
caíram no segredo deste amor;
fujamos pela praia
embarquemos no vento!
as luas mortas
são mundos apodrecidos…
o nosso amor balbucia
cantigas da era nova
e nas mãos
temos o húmus adubado e quente
para o jardim redolente
para a seara de pão
para a seara de amor…
nada nos serve fugir
pior que fantasmas
são os miasmas
dos mundos apodrecidos…
amor,
nos vales ermos, esquecidos
de toda a flor,
de todo o riso,
do amor ao amor
das madrugadas e dos pássaros.
(fechadas todas as portas
ao susto e à escuridão,
com um beijo verde de esperança
cantando no coração)
amor,
enterremos as luas mortas…
Lília da Fonseca
Angola
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