Acenda-se de novo o presépio no mundo!
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!
Como quem na corrida entrega o testemunho,
Passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.
E a corrida que siga, o facho não se apague!
Eu aperto no peito uma rosa de cinza.
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
Para sentir no peito a rosa reflorida!
Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,
Como a casca do ovo ao latejar-lhe a vida...
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:
Dentro de mim não sei qual é que se eterniza.
Extinga-se o rumo, dissipem-se os fantasmas!
O calor destas mãos nos meus dedos tão frios!
Acende-se de novo o presépio nas almas,
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.
David Mourão Ferreira