secaram os rios nos teus braços
aguardo que me anuncies o verão
o novo caminho do teu corpo
e das fontes
morro de sede
como pássaro que anoitece
carregado de memória
suspeito
dos teus olhos amargos
detenho-me a roer os dedos
e adivinho
as aves mortas
como despojos do tempo
e o vento não lhes toca
Lourenço de Carvalho
Moçambique