3.5.11

Augúrio



Sabias ser o augúrio a adivinhação do futuro pelo voo das aves?
Sob que promessa faremos então discorrer as nossas penas?
Acalentarás o adulto milhafre, serpejando a vazante,
ou pretendes me detenha na venerável contemplação do corvo?
Minuciosa é a travessia para o coração sereno, sem lástima;
pois anda e comigo reparte o ofício do condutor de cotovias.
Pelos quintais seguiremos o seu trilho na erva molhada,
também com ele formaremos um cortejo, pobres
aprendizes por chegarem os anos e o que vivemos, um
dia, indiferentes, sem perguntarmos que só isso podia importar.


Rui Cóias