Tão triste eu ando já, e descontente,
Que meus olhos de todo se fecharam
A visão radiosa que sonharam…
- Um lar, um ninho, e um amor ardente…
Gastei a Mocidade loucamente,
E a alma, ou a perdi, ou m’alevaram,
Enquanto a delirar juntos andaram
Cantando amores, coração e mente…
E andando assim da Fé tão apartado,
E tão sozinho nesta solidão
De quem descrente vive do que amou.
Sou qual um tú’mlo vazio e abandonado,
só encerrando a mesma escuridão…
Sepulcro de mim próprio, eis o que sou.
Bernardo de Passos