Barco Inventado
Era aqui, neste lago, que o meu barco,
o meu barco inventado navegava.
Não era uma lago, era uma poça, um charco
onde a estranha viagem começava.
Partia para as Índias, para Java,
era Cabral, Colombo, Gama, Zarco,
porém era mais longe o que buscava
velas doidas ao vento, quilha em arco.
Eram terras de bruma, continentes
dos mapas e dos séculos ausentes,
sem rasto de naufrágio, quilha ou mastro.
Timoneiro, Poeta, avante, avante!
Deixa ficar a bússola, o sextante,
e vai, rumo ao Infinito, como um astro.
Fernanda de Castro