16.11.08

Barco Inventado

o barco do tónho barqueiro...

Era aqui, neste lago, que o meu barco,
o meu barco inventado navegava.
Não era uma lago, era uma poça, um charco
onde a estranha viagem começava.

Partia para as Índias, para Java,
era Cabral, Colombo, Gama, Zarco,
porém era mais longe o que buscava
velas doidas ao vento, quilha em arco.

Eram terras de bruma, continentes
dos mapas e dos séculos ausentes,
sem rasto de naufrágio, quilha ou mastro.

Timoneiro, Poeta, avante, avante!
Deixa ficar a bússola, o sextante,
e vai, rumo ao Infinito, como um astro.

Fernanda de Castro