Pode uma rosa
sofrer de insuficiência cardíaca?
Podem substituir-lhe
as coronárias por uma safena
que não contava com essa?
Podem as dificuldades ser maiores,
ou menores, conforme
a rosa seja branca ou vermelha?
A rosa do povo
que rompe do asfalto
perde o fôlego ao subir as escadas?
A rosa murcha mais depressa,
que o homem, é certo. Os meus espinhos,
voltados para dentro, ferem-me
a mim mesmo. Toda uma lista
de diferenças se pode fabricar
para mostrar o absurdo
da rosa cardíaca.
Não preciso reflectir muito
para saber
que não sou uma rosa. E a rosa
poderá ter água nos pulmões?
Há hospitais para rosas?
Egito Gonçalves