14.10.10

Custos da minha vida



Sincronizada nas engrenagens de marcha arrière
A vida que contem ingredientes a sabor de presunto
Seguia-lhe longos paços da ruína
Trazia um ritmo de lentidão
Comprometendo a rotina.

O roteiro do mistério da misericórdia
Envergando olhares pomposos
Dos olhos lacrimosos
Da contenda do dia esfregado
Flauta entoando imprevisível música
Que ninguém quer fazer coro.

Custos ingratos da vida
Dedicam esforços a certos...
Que a mercê de violentos raios solares
Transpiram o impagável
Estes em que ninguém passa olhares.

Senti-me esquisito disto
Por pensar que esta nem é vida
Talvez a sonhar ou a ludibriar
Ou ainda a pintar.

Erreis, que assumimos
Não penseis que o fim será este
Por cada vez que virar a moeda
Sempre seremos vosso...
Um dia o ingrato custo da vida
Inverte o tempo e sereis o que somos.


Augusto Tchuda
Guiné