Ó alma errante, onde brilha o fulgor
Das perguntas que a terra silencia,
O que buscas? A que estranho vigor
De visão tu aspiras noite e dia?
Porque me trazes o manto rasgado,
E me rasgas a mim, que tu geraste?
Amas ou não este humano traslado,
Arremedo divino, flor só haste?
Porque nos perseguimos sem nos vermos,
De terra em terra, na esperança, no esforço?
Aonde a luz dos invisíveis ermos
Brilhando inteira na luz de um só corpo?
Onde pressentirás o teu começo?
Então descansarás. Nada mais peço.
Alberto Lacerda
Moçambique
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