acorda
erguido como o sol sobre as montanhas...
estende os braços
à vida que te chama,
e canta!...
vai!...
e de cabelo ao vento,
constrói a vida pela raíz da dor no fogo das entranhas.
vai!...
e que os olhos
e os lábios
vejam e saibam
do fragor da luta...
filho da terra que te deu o ser,
corre no implulso da enchente
tropical
dum sangue quente,
e em tempestades de amor
troveja e geme
na alegria de lutar
e de viver!
sereno como o rio
que volta ao leito,
dá-te para os outros
- seu irmão -
irmãos que sejam como tu:
dos pés à boca
homens
que não neguem
a sua condição...
há lobos
dispersos no caminho...
e vai,
a fronte juvenil
erguida
engrinaldada ao sol,
a vida
confiante no punho
dessas mãos viris...
irmãos, vinde!...
o sol ergue-se nas montanhas.
a vida não se fecha,
a todas faz florir...
a vida tem de ser aberta -
sejamos nós o fruto e a oferta
da árvore do porvir...
Alexandre Dáskalos
Angola
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