Escrevo-te, melancólico,
estas palavras reverberadas
nas folhas das palmeiras.
A tua ausência ganha,
em mim, a forma dum poema
subitamente inacabado.
O nojo e o frio do teu silêncio
apaga a lógica poética
em que me fundo.
A bordo do teu nome vazio
escrevo-te estes versos
com a azul absurdo deste dia.
Armando Artur