6.4.08


Varina


Ó Varina, passa,
Passa tu primeiro…
Que és a flor da raça,
A mais séria graça Do pais inteiro!

O teu vulto seja
Sonora fanfarra,
Zimbório de igreja!
Que logo te veja
Quem entra na barra.

Lisboa, esquecida
Que é porto de mar,
Sente a sua vida
Reconstituída
Pelo teu andar.

Dá-lhe a tua graça
Clássica e sadia,
Ó Varina, passa!
Na noite da raça
Teu pregão faz dia!

Vê que toda a gente
Ao ver-te, sorri.
Não sabe o que sente,
Mas fica contente
De olhar para ti.

E sobre o que pensa
Quem te vê passar,
Eterna, suspensa,
Acena a imensa
Presença do Mar!


Carlos Queirós