Lavadeira

Celha cheia
Mãos pretas em roupa branca
Silenciosa a lavadeira
Pende a frente num trama longo.
Carrega um mundo o fumo denso
Da boca muda baforado.
Ao lado
As moscas enxameiam a boquita entreaberta
Do seu filho adormecido
Arnaldo Santos (poeta angolano)