Sou mais forte que o silêncio dos muxitos
Mas sou igual ao silêncio dos muxitos
Nas noites de luar e sem trovões.
Tenho o segredo dos capinzais
soltando ais
ao fogo das queimadas de setembro
tenho a carícia das folhas novas
cantando novas
que antecedem as chuvadas
tenho a sede das plantas e dos rios
quando frios
crestam o ramos das mulembas.
...e quando chega o canto das perdizes
E nas anharas revive a terra em cor
Sinto em cada flor
Nos seus matizes
Que és tudo o que a vida me ofereceu.
Costa Andrade (poeta angolano)
