22.11.09

Nada o silêncio da manhã perturbava



Nada o silêncio da manhã perturbava
nos velhos lugares que da antiga casa
eram a parte mais distante. Distintas torres,
que ao longe pareciam quase intactas,
de perto arruinadas se viam e cobertas
das plantas todas que até ali pudessem chegar.

Parecia que às antigas lajes música mais antiga
se havia sobreposto e que era essa, assim, a mais visível:
podia-a tocar quem, atento à natureza, por ali caminhasse
cuidado e silencioso; era também silêncio, mais secreta
conciliação do silêncio consigo mesmo.

Tão estranha música, como aos meus ouvidos
não poderia chegar? Pois o invisível, que a todos toca,
nesse dia eu vi-o realmente.


Paulo Tunhas