14.10.07


Assim o mar...


Assim o mar. Ainda hoje o ouço sem o ouvir
na espuma como dantes nos paredões da Foz.
(“Cala-te” - ordenei-lhe mais tarde com outra voz.)

Mas aos vinte anos andava eu de penedo em penedo,
de praia em praia, de Sol em Sol, em busca do cofre
onde fechara este segredo,
agora finalmente revelado:

“não há vida nem morte,
mas um conjunto
de sonho,
futuro,
presente,
passado
- angústia de, mesmo sem começar,
tudo ter acabado há muito.”


José Gomes Ferreira