13.3.10

Toma toma toma



Ainda prefiro os bonecos de cachaporra,
contundentes,contundidos,esmocados,
com vozes de cana rachada e um toma toma toma
de quem não usa a moca para coçar os piolhos,
mas para rachar as cabeças.

O padreca,o diabo,a criadita,
o tarata,a velha alcoviteira,o galã
e,às vezes,um verdadeiro rato branco trapezista,
tramavam para nós uma estafada estória
da nossa própria vida.

Mundo de pasta e de trapo
que armava barraca em qualquer canto
e sem contemplações pela moral de classe
nem as subtilezas de quem fica ileso
desancava os maus e beijocava os bons.

Ainda prefiro os bonecos de cachaporra.

Ainda hoje esbracejo e me esganiço como esses
matraquilhos da comédia humana.

Alexandre O'Neill