18.3.08


Silêncio



Silêncio é peso de Deus
levantar a voz começa
A pôr um homem sozinho
Como o Morto numa essa

Só o poeta, calado
É como a espada dura
E o juízo formado.
Sua mão, no joelho,
Dá a medida pura
De um sonho muito velho.

Não dizer nada!
Ter fato de lã
E a mão nele, apanhada
A maçã
Da promessa...
Mão do meu tio antigo
Era essa, era essa
Que não trago comigo!


Vitorino Nemésio