O Besouro

O besouro de Setembro, poisado
no gasto jardim, sobre o quadrante
do relógio de sol, bem sabe
que o tempo lhe dourou
os anéis, um dia os enegreceu
e, no outro, seca e estala
a própria carapaça morta.
Mas deliberado voa para a flor
futura, sempre a favor do tempo.
Quer voar sob o sol sempre
sem ter piedade de si mesmo.
Fiama Hasse Pais Brandão