17.3.08

A descoberta da poesia




Tantos anos a porfiar nas madrugadas
uma juventude em versos e atitudes líricas.

Tantos gestos graves e enfáticas palavras
que ameaçaram desorganizar o caos no mundo.

Tantos livros e poetas inscritos na memória
que sublimaram o cansaço dos dias e noites embriagadas.

Tantas pálpebras queimadas à parca luz de uma escrita
incessante mas de generosa e complacente inconsequência.

Tanta ilusão para descobrir afinal
que a poesia não se escreve, vive-se.


Nelson Saúte
Moçambique