
Tantos anos a porfiar nas madrugadas
uma juventude em versos e atitudes líricas.
Tantos gestos graves e enfáticas palavras
que ameaçaram desorganizar o caos no mundo.
Tantos livros e poetas inscritos na memória
que sublimaram o cansaço dos dias e noites embriagadas.
Tantas pálpebras queimadas à parca luz de uma escrita
incessante mas de generosa e complacente inconsequência.
Tanta ilusão para descobrir afinal
que a poesia não se escreve, vive-se.
Nelson Saúte
Moçambique
Moçambique