Ritmo para a jóia daquela roça

dona de lindo nome; 
tem um piano alemão 
desafinando de calor. 
Dona Jóia dona 
do nome de Sum Roberto 
está chorando nos seus olhos 
de outras terras saudades. 
Dona Jóia dona 
dona de tudo que é lindo: 
do oiro cacaueiro 
do café de frutos vermelhos 
das brisas da nossa ilha. 
Dona Jóia dona 
dona de tudo que é triste:
meninos de barriga oca                                        
chupando em peitos chatos; 
negros de pésão grande 
trabalhando pelos mato. 
Ai! Dona Jóia dona, 
dona de mim também - 
Jesus, Maria, José 
Credo! - 
não me olhe assim-sim 
que me pára coração.
Francisco José Tenreiro (poeta sãotomense)