Não sei que luzes a bordo
escurecem de sentido a noite larga
e em mim perfilam solenes
as sensações na sombra
 
flébeis costas
devolvem o mar disperso
e nos flancos do casco
um monótono som singra
 só minhas ânsias embaladas
fremem
a cada indefinido promontório
se resignam hirtas
na amurada
ou, se volve um farol,
são nucleares e brancas
 
mas amanhece
vagam flocos de círios
um sol de adolescência e de novela
descobre a amante insulada
 
e um sino toca para o pequeno almoço.
Sebastião Alba
