Os livros. A sua cálida, 
terna, serena pele. Amorosa 
companhia. Dispostos sempre 
a partilhar o sol 
das suas águas. Tão dóceis, 
tão calados, tão leais.
Tão luminosos na sua 
branca e vegetal e cerrada 
melancolia. Amados 
como nenhuns outros companheiros 
da alma. Tão musicais 
no fluvial e transbordante 
ardor de cada dia.
Eugénio de Andrade
