Fora de mim, fora de nós, no espaço, no vago
          A música dolente de uma valsa
          Em mim, profundamente em mim
          A música dolente do teu corpo
          E em tudo, vivendo o momento de todas as coisas
          A música da noite iluminada.
          O ritmo do teu corpo no meu corpo...
          O giro suave da valsa longínqua, da valsa suspensa...
          Meu peito vivendo teu peito
          Meus olhos bebendo teus olhos, bebendo teu rosto
          E a vontade de chorar que vinha de todas as coisas.           
           
Vinícius de Moraes (poeta brasileiro)
       
