
POEMINHA SENTIMENTAL
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
  Aonde vêm pousar as andorinhas...
  De vez em quando chega uma
  E canta
  (Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
  Canta e vai-se embora
  Outra, nem isso,
  Mal chega, vai-se embora.
  A última que passou
  Limitou-se a fazer cocô
  No meu pobre fio de vida!
  No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
  As andorinhas é que mudam.
Mário Quintana (poeta brasileiro)